sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Desinformação e Ortodoxia

Recentemente circulou em redes sociais uma montagem no mínimo ignorante sobre o assunto drogas, em especial à maconha e seus usuários, certamente fruto da crescente atenção midiática que a cannabis tem experimentado.
Na contramão do mundo inteiro a "iluminada" classe média Brasileira expõe sua mentalidade conservadora. Filhos da mesma classe média apoiadora da ditadura, mais de 4 décadas de opressão não foram o bastante para exorcizar a ortodoxia perversa. Enquanto o agora chamado "mercado verde" rende milhões para empresários semi-legais a sociedade continua a promover uma guerra perdida ao custo de bilhões. O que existe é uma limpeza social travestida de combate as drogas, essa política retrógrada serve a interesses que nada tem a ver com lei ou moral.Mesmo na película a cena mostrada na montagem -que representa a catarse de uma sociedade aprisionada pela violência em busca de um bode expiatório exterior- o personagem Cap. Nascimento "apenas" assusta o "playboy" ou estudante ( consumidor final ). O filme explicita cruamente quem é o verdadeiro afetado pela luta do politicamente correto. O preto pobre sim acaba no "saco", primeiramente em forma de tortura e no final através da execução. Ainda assim as cenas de impacto real sobre a audiência são justamente as de agressão ao consumidor final e do assassinato da estudante e do político pelos traficantes; um evidente paradoxo, uma vez que a platéia é induzida a dirigir sua opinião pró-violência da polícia contra o consumidor e em seguida sofre o choque contrário do assassinato destes pelo crime. Essa contradição redireciona a raiva de volta ao traficante, que todos já sabem; está condenado. A intolerância à morte do rico contrasta com a aceitação natural à morte do pobre, o que demonstra que só existe ligação moral com aquele restando ao pobre no mínimo a condição de dispensável.
A classe média branca conservadora nunca mudou em 500 anos, o pensamento aristocrático escravagista continua ai; foi-se o capitão-do-mato, chegou o bope.


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